Desafios e perspectivas do encarceramento feminino em Moçambique: Uma abordagem jurídico-social
DOI:
https://doi.org/10.35295/sz.iisl.2360Palabras clave:
Encarceramento feminino, Moçambique, Regras de Bangkok, justiça penal, géneroResumen
Este artigo analisa o aumento do encarceramento feminino em Moçambique nas últimas duas décadas, investigando causas, impactos e respostas institucionais. Com metodologia qualitativa, baseia-se em dados estatísticos, processos judiciais e entrevistas com magistrados, funcionários penitenciários, sociedade civil e mulheres privadas de liberdade. Os resultados mostram que pobreza, violência doméstica, desigualdade de género e a insurgência em Cabo Delgado contribuem para a criminalização feminina. As prisões apresentam carências estruturais e poucas medidas de reinserção, além da subutilização de penas alternativas. O estudo revela que o histórico de violência raramente é considerado nos julgamentos, resultando em punições desproporcionais. A pesquisa recomenda reformas jurídicas e institucionais baseadas nas Regras de Bangkok e em normas internacionais de direitos humanos. Sua principal contribuição é defender uma justiça penal sensível ao género, que reconheça as vulnerabilidades sociais das mulheres e promova sua reabilitação, reintegração e acesso equitativo à justiça.
Descargas
Estadísticas globales ℹ️
|
170
Visualizaciones
|
31
Descargas
|
|
201
Total
|
|
Citas
Ackermann, M., 2015. Women in detention in Africa: A review of the literature. Agenda: Empowering Women for Gender Equity [online], 29(4 (106)), 80–91. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/43824356 DOI: https://doi.org/10.1080/10130950.2015.1122345
Antunes, D., 2019. Moçambique: Desafios persistem 10 anos depois da aprovação da lei contra a violência doméstica. Deutsche Welle [online], Maputo, 9 Set. Disponível em: https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-desafios-persistem-10-anos-depois-da-aprova%C3%A7%C3%A3o-da-lei-contra-a-viol%C3%AAncia-dom%C3%A9stica/a-50587000
Arinde, E.L., e Mendonça, M.H., 2019 Política prisional e garantia de atenção integral à saúde da criança que coabita com mãe privada de liberdade, Moçambique. Saúde em Debate [online], 43(120), 43–53. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912003 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912003
Barcinski, M., e Beiras, A., 2017. Prisão e género: Reflexões sobre a condição da mulher encarcerada e de seus filhos pequenos. Cadernos de Pesquisa [online], 47(164), pp. 1030–1052. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1415-4714.2016v19n4p678.7 DOI: https://doi.org/10.1590/1415-4714.2016v19n4p678.7
Bright, S., 2018. Forgotten or embraced? A critical look at the right to health of prisoners in Mozambique. Sabinet African Journals, 19(3).
Centro de Integridade Pública (CIP), 2021. Posicionamento Institucional sobre o Caso Ndlavela [online]. Disponível em: https://www.cipmoz.org/wp-content/uploads/2021/07/Posicionamento-Institucional.pdf
Dejusticia, 2021. Punitive drug laws: 10 years undermining the Bangkok Rules [online]. Disponível em: https://www.dejusticia.org/en/punitive-drug-laws-10-years-undermining-the-bangkok-rules/
Dörhage, F., 2023. Youth Radicalization in Cabo Delgado: Root Causes, Triggers and Drivers of Mozambique's Jihadist Insurgency [online]. Dissertação de Mestrado. ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Disponível em: https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/27368
Fair, H., e Walmsley, R., 2022. World Female Imprisonment List (5th edition): Women and girls in penal institutions, including pre-trial detainees/remand prisoners [online]. Institute for Crime & Justice Policy Research (ICPR), University of London. Disponível em: https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/world_female_imprisonment_list_5th_edition.pdf
Ferrari, I., 2010. Mulheres encarceradas: elas, seus filhos e nossas políticas. Revista Mal-Estar e Subjetividade, 10(4), pp. 1237–1258.
Fidalgo, F., e Fidalgo, N., eds., 2017. Sistema prisional: Teoria e pesquisa [online]. Belo Horizonte: UFMG. Disponível em: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/1330165/Sistema_Prisional_-_Teoria_e_Pesquisa.pdf
Global Counterterrorism Forum (GCTF), 2022. Gender and Preventing and Countering Violent Extremism (P/CVE) Policy Toolkit [online]. Disponível em: https://www.thegctf.org/Portals/1/Documents/Links/Meetings/2022/CC20/Documents/Gender%20PCVE%20Toolkit/GCTFGenderPCVEToolkit_EN.pdf
Institute For Criminal Policy Research (ICPR), 2022. World female prison population up by 60% since 2000 [online]. Disponível em: https://www.icpr.org.uk/news-events/2022/world-female-prison-population-60-2000
International Federation for Human Rights (FIDH), 2017. UN deplores conditions for women in prison [online]. Disponível em: https://www.fidh.org/en/region/asia/thailand/un-deplores-conditions-for-women-in-prison
Keyser, A., 2004. Partner killer’s prison reprieve sets no precedent. Mail & Guardian [online], 5 Abr. Disponível em: https://mg.co.za/article/2004-04-05-partner-killers-prison-reprieve-sets-no-precedent/
Loforte, A., 2015. Algumas reflexões sobre formas de deslegitimação da violência contra a mulher em Moçambique. In: T. Cruz e Silva e I. Casimiro, eds., Experiências de Países Africanos Falantes de Língua Oficial Portuguesa. Dakar: CODESRIA, pp. 11–21. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctvh8qz2n.7
Lorizzo, T., 2015. Muitos problemas que comprometem os direitos dos reclusos em prisão preventiva [online]. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Disponível em: https://reformar.co.mz/publicacoes/tina-lorizzo_cip-2015.pdf/view
Lorizzo, T., 2021 Assédio Sexual nas Prisões: O abuso sistemático de mulheres encarceradas em Moçambique. Reforma Penal [online]. Disponível em: https://reformar.co.mz/publicacoes/abuso-sexual-final.pdf
Lorizzo, T., 2024. Decisões de Encarceramento dos Juízes em Moçambique: Factores Determinantes e Alternativas Possíveis [online]. REFORMAR – Research for Mozambique. Disponível em: https://reformar.co.mz/publicacoes/decisoes-de-encarceramento-dos-juizes-em-mocambique.pdf/view
Mathebula, N., e Moremi, H., 2023. The potential of paradiplomacy as a counter-terrorism strategy in Cabo Delgado. African Journal on Conflict Resolution [online], 23(2), pp. 45–67. Disponível em: https://www.accord.org.za/ajcr-issues/the-potential-of-paradiplomacy-as-a-counter-terrorism-strategy-in-cabo-delgado/
MMO Notícias, 2020. Presidente da República anuncia indulto de reclusos bem-comportados. MMO Notícias [online], 17 Dez. Disponível em: https://noticias.mmo.co.mz/2020/12/presidente-da-republica-anuncia-indulto-de-reclusos-bem-comportados.html
MMO Notícias, 2022. Superlotação das cadeias: Reclusos ganham liberdade condicional. MMO Notícias [online], 31 Ago. Disponível em: https://noticias.mmo.co.mz/2022/08/superlotacao-das-cadeias-reclusos-ganham-liberdade-condicional.html
Muntingh, L., e Redpath, J., 2018. The socio-economic impact of pre-trial detention in three African countries. Hague Journal on the Rule of Law [online], 10(1), pp. 139–164. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1007/s40803-017-0062-1 DOI: https://doi.org/10.1007/s40803-017-0062-1
News24, 2004. Abuse drove woman to kill. News24 [online], 12 Mar. Disponível em: https://www.news24.com/news24/abuse-drove-woman-to-kill-20040312
ONU Mulheres, 2019. Moçambique: Relatório de Avaliação sobre Violência Baseada no Género. Maputo: ONU Mulheres.
ONU Mulheres, 2021. Relatório da Reunião de Especialistas: Participação plena e efetiva das mulheres e tomada de decisões na vida pública, bem como a eliminação da violência, para alcançar a igualdade de género e o empoderamento de todas as mulheres e meninas (CSW65) [online]. UN Women. Disponível em: https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2021/04/csw65-egm-report_PT_final.pdf
Organização das Nações Unidas (ONU), 2019. Comité da CEDAW: Observações finais sobre o relatório de Moçambique. Nova Iorque: ONU.
Osório, C., 2001. Poder e Violência: Feminicídio e Homicídio em Moçambique. Maputo: WLSA Moçambique.
Paula, C., 2018. Atuação do sistema de justiça criminal no crime no feminino: Influência dos papéis de género [online]. Dissertação de Mestrado. Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. Disponível em: http://hdl.handle.net/10284/6864
Penal Reform International (PRI), 2018. Global Prison Trends 2018 [online]. Disponível em: https://www.penalreform.org/resource/global-prison-trends-2018/?form=MG0AV3
Pereira, K.R.G., 2018. Desenvolvimento infantil no ambiente prisional: Análise dos factores de risco e das aquisições motoras e comportamentais de bebés [online]. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/187388
Petrovic, V., Lorizzo, T., e Muntingh, L., 2020. Alternativas à prisão em Moçambique: A implementação do Trabalho Socialmente Útil [online]. REFORMAR – Research for Mozambique. Disponível em: https://reformar.co.mz/publicacoes/tsu-em-portugues_final-version-7-10.pdf/view
Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), 2024. Dados estatísticos sobre mulheres privadas de liberdade em Moçambique. Informação oficial fornecida à REFORMAR – Research for Mozambique, mediante solicitação formal. Maputo: SERNAP.
Solidarity for African Women’s Rights (SOAWR), 2023. Vinte anos do Protocolo de Maputo: Onde estamos neste momento? [online]. SOAWR. Disponível em: https://soawr.org/wp-content/uploads/PT-SOAWR-20YearsoftheMaputoProtocol-KeyFindings.pdf
United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), 2019. Gender Dimensions of Criminal Justice Responses to Terrorism [online]. Vienna: United Nations Office on Drugs and Crime [online]. Disponível em: https://www.unodc.org/documents/terrorism/Publications/17-08887_HB_Gender_Criminal_Justice_E_ebook.pdf
World Population Review, 2025. Incarceration rates by country [online]. Disponível em: https://worldpopulationreview.com/country-rankings/incarceration-rates-by-country
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Tina Lorizzo, Ilídio Samuel Nhantumbo, Lourenço Sigaúque

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Sortuz: Oñati Journal of Emergent Socio-Legal Studies provee acceso abierto inmediato a todo su contenido, bajo el principio de que la investigación libremente disponible al público apoya un mayor intercambio global de conocimiento.
Todos los artículos son publicados bajo una Licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional.
Los derechos de copyright, derechos de autor y de publicación pertenecen a las y los autores/as de los artículos. Sin embargo, solicitamos amablemente que publicaciones posteriores indiquen a Sortuz como la fuente original de las obras.









